Hoje eu lembrei do meu aniversário de 7 anos, quando uma amiga da minha mãe me deu um presente: era um jogo para destacar algumas bonecas de papel, algo assim, enfim, não gostei.
Então ela me perguntou: "Você gostou?" Eu hesitei por uns dois segundos antes de responder. Pensei em ser sincera e dizer que não, sabia que aquilo provavelmente passaria para a minha prima mais nova ou mofaria em alguma gaveta, mas ao invés disso eu respondi que sim e lhe dei um abraço de agradecimento.
Sim, eu poderia ter sido sincera, mas naqueles 2 segundos de hesitação eu entendi que, em algumas situações, é melhor omitir do que machucar alguém querido. Eu preferi omitir do que fazê-la se sentir frustrada, sabe? E isso não me pareceu mau, eu achei que tinha feito uma boa ação, até que ela me deu outro presente semelhante no ano seguinte, e outros depois.
Percebi desde então que estamos aplicando essa mesma tática a várias situações - e pessoas - na nossa vida. Estamos praticando a regra da omissão, quando devia ser apenas uma exceção. Tem coisas que, por mais que sejam dolorosas e constrangedoras de se admitir, precisamos dizer ao outro.
Para algumas verdades nunca estaremos prontos para dizer (e ouvir), mas uma vez dita, esgota-se todas as possibilidades daquilo causar um estrago maior, sabe? Hoje eu pensei que se, talvez, eu tivesse dito à amiga da minha mãe que não gostei do presente, ela não teria gastado tempo e dinheiro à toa durante aqueles anos.
Por medo de fazê-la sentir-se mal, menti enquanto poderia ter ganhado presentes realmente significativos, se ela soubesse. Entende quando dizem que a verdade é libertadora? Agora em em diante eu sempre corto o mal pela raiz.
- CG
Texto lindo, esses dias eu escrevi algo assim, pareceu que vc leu minha mente hahaha <3
ResponderExcluirhttp://b-uscandosonhos.blogspot.com.br/
Opa! Vou ler :)
ExcluirObrigada pela visita, meu bem.
http://www.mulhermelhore.com